domingo, 25 de outubro de 2009

Castelo

Vertigens me trazem de volta
Àquela loucura perdida
No quarto a parede
A porta e a janela
Aguardam as próximas notícias
Só peço que venhas seguro
E traga consigo
Aquele sorriso gostoso
E o beijo dengoso
Que tanto me apraz
Só peço que venhas disposto
E assuma seu posto
De cavaleiro audaz

Bordados

Encontrei em meu peito que queimava

Lágrimas em forma de lavas e poesia em brasa

Sacudi com força toda minha ironia

Ficou então visível que era de mim que eu desistia

Peguei o pedaço de pano

Estampado com seu beijo

Me armei com agulha e linha

Bordei nele meu desejo

Troquei sonho por flores

Certa de que valeria

O resto apostei na roleta

que girava enquanto eu dormia

Foi assim que perdi

Um pouco da dignidade

Mas reconquistei o orgulho

Seduzida pela minha vaidade

O tempo que me salvou se tornou meu amigo

Aí eu pude de pano e fogo, fazer meu vestido

Já não vôo mais, prefiro ir a pé

Não há mais cansaço

Tenho uma fonte inesgotável de fé

Amar-te

Quando olho pra vc

Uma tela se desfaz

Repito pensamentos

Uso cores que nem existem mais

Essa retina que me engana

Faz da sombra belo azul

Vc é aquarela e a tela, meu corpo nu

Me desenho em vc

E releio o suor

Compreendo os nossos sons

Que são todos em tom menor

Percebo que o nós

Está em toda parte

O que sinto não é amor,

Agora chamo: arte.

Pas de deux

A noite vestindo saia,

Dança na sala vazia

Meu rosto se desfaz

maquiagem colorindo a pia

As mãos que não obedecem

Me obrigam a olhar

Escorregam pelo colo nu

Buscando um peito para pousar

Tudo em mim é timidez

Não conheço aquela que vejo

Minha voz ensaia lágrimas

Mas ouço um solfejo

Meu corpo pede sons

Pra se movimentar

Esqueço da moça que vi,

Inundo a sala e com a noite faço par

Odoya!

(Flávia Uva e Luciano Bom Cabelo)

Mar aberto , ancoragem, se agiganta tempestade
É o aviso de Iemanjá, que é tempo de voltar

A maré ressaqueou
Timoneiro se perdeu
Iemanjá foi quem levou
Veio buscar o que é seu

Oh timoneiro cuidado com as armadilhas do mar
Seu amor é traiçoeiro, ele pode te levar

Nhá Maria agradou o mar, nhá Maria mandou saudar
Nhá Maria sua mulher, ela é filha de iemanjá

Odoya !

sábado, 24 de janeiro de 2009

O primeiro vulto de liberdade seria a solidão?
Poder fechar pela primeira vez a porta do quarto, é liberdade...
E lá vou eu me surpreendendo mais uma vez...
Achava eu que já conhecia bem o homem que escolhi pra envelhecer ao meu lado... Mas não é que o danado me prega pecinhas???
É ainda mais romantico, mais paciente e mais sensível do que eu imaginava... Se isso é bom??? É perfeito!!!! Cada dia a certeza de que até então ele é o grande presente da minha vida, aumenta...
Já observaram na maioria dos programas de tv, que o homem quando trai, é culpa da mulher? E que quando a mulher trai, ah coitada... Vai morrer, ser internada, fica louca, sofre até o final do programa pra pagar o pecado cometido...
Qual a diferença entre intuição, esperança e desejo? Como se sabe quando é um ou quando é outro?
Se for ruim, é intuição... Não pode ser esperança, nem desejo... Mas e quando é bom? É o quê???